Ovo, o Presidente popular
Existem dois jogos no mundo em que é possível perder para um morto. Um é jogo do sério; o outro é jogo da popularidade do Presidente da República.
Como assim? Um morto pode ser mais popular do que Marcelo Rebelo de Sousa? Sim, e não sou eu que o digo, é a Aximage, que é uma empresa de sondagens, mas que pelo nome bem podia ser uma empresa de desodorizantes para idosos. Segundo esta empresa, Marcelo tem menor popularidade do que tinha Cavaco Silva, o «morto», numa mesma fase do mandato. Então isso quer dizer que o Presidente já não é popular? Ainda o é, mas menos. Vamos pôr as coisas nestes termos, para que todos compreendam: se Marcelo fosse uma feira popular, seria menos divertida, mas ainda o seria; se fosse um santo popular, casava menos gente do que a SIC, mas ainda celebrava matrimónios; se fosse a Rádio Popular, vendia menos eletrodomésticos, mas ainda conseguiria vender uma batedeira elétrica, vá.
Continuando nas comparações, perder para o Cavaco é como se Marcelo fosse um bom aluno, tivesse andado a estudar durante todo o mês para um teste sobre Pessoa ortónimo e depois, na prova, fosse perguntado por que razão é que Conan Osíris partiu o telemóvel. Mas Marcelo já reagiu, dizendo que “Se se trata de os portugueses gostarem de mim na proporção de 71 ou 67 por cento, lembre-se que vai fazer três anos que eu tomei posse, eleito com 52 por cento”, que é o mesmo que dizer: “Podes ter tido melhor nota no teste, mas ainda sou eu que tenho a melhor média de entrada”.
Contudo, espero que o nosso Presidente da República não desanime. 2019 está a ser um ano duro para os populares. Na minha opinião, acho que o Marcelo já deveria ficar satisfeito se nas próximas presidenciais não perder para um ovo, tipo a Kylie Jenner!