Portugal... twelve points!
“Então, mas que rebaldaria vem a ser esta? Uma pessoa não aparece aqui por uns dias e depara-se logo com um título em estrangeiro?”. Olhem, amigos (não sei se já existe esta intimidade entre nós, mas vou assumir que sim), às vezes tem de ser. Já que os clubes portugueses de futebol se entretêm mais a caluniarem-se mutuamente do que a jogar à bola, provavelmente é a única forma de haver um título estrangeiro nas nossas vidas…
Mas como devem perceber pelo título, não é de futebol que venho aqui falar. Nem do conflito entre os enfermeiros e o governo, se bem que os enfermeiros gostariam de aplicar 12 pontos ao António Costa, principalmente na testa ou assim. Do que eu venho falar é, mais uma vez, da Eurovisão.
A final do Festival da Canção acontece já no próximo sábado, dia 2 de março. E são várias as opções portuguesas para o concurso em Tel Aviv, sendo que os preferidos são a Surma, o Conan Osíris, o NBC, os Calema e o Matay. Uma coisa é certa, em princípio, Portugal vai eleger um concorrente que não tem nome de gente. Ou é nome mitológico, como Osíris e Surma, ou nome de canal de televisão norte-americano, ou até nome de um tipo de ondulação da costa africana (sim, Calema é isso que significa)! O Matay, ou melhor, o Ruben Matay, é o único que efetivamente tem esse nome no registo, mas para mim não é bem um nome, é um sucedâneo de nome. Aliás, existem dois tipos de sucedâneo: o sucedâneo de chocolate e o sucedâneo de Salvador Sobral. Se pensarmos bem e não querendo ser racista, o Matay é uma junção desses dois sucedâneos. Uma junção que deu bons resultados!
Posto isto, vou então explicar o título. A verdade é que a final deste Festival da Canção é, por ventura, a mais forte dos últimos tempos. Portanto, existe a verdadeira chance de Portugal ter um bom resultado lá fora, com vários “twelve points”. No entanto, isto levanta-nos um problema em termos de ego. É que se estivermos sempre a ter boas classificações, temos de saber como sustentar as posições cimeiras no ranking eurovisivo nos próximos anos. Felizmente, eu tenho uma solução. Ou três, vá.
A primeira solução passa por enviarmos um holograma como concorrente. A Eurovisão gosta da diferença e acho que um holograma é diferente o suficiente. A minha segunda hipótese seria enviar a Cristina Ferreira. Para além da poupança em microfones e sistema de som, tínhamos a certeza que ganhávamos, porque aquela mulher ganha tudo. Até ao Goucha. Finalmente, a minha última solução seria enviar uma tuna. Seria sui generis, retrataria uma tradição portuguesa e, em princípio, a vitória estaria no papo, principalmente porque os outros concorrentes estariam ocupados, de quatro, numa poça de lama qualquer a auto-insultarem-se… Mas claro, sempre para fins de integração!
Não se esqueçam, se foi do vosso agrado, PARTILHEM!